domingo, 2 de julho de 2017

22 semanas e o ultrassom morfológico

22 semanas e o ultrassom morfológico

Não acredito em como o tempo está voando. Na verdade é um sentimento contraditório, tem vezes que acho que está passando muito rápido, ao mesmo tempo penso que estou grávida desde o fim de janeiro, o que já é um tempinho. Me dói não conseguir escrever com mais frequência nesse espaço que tanto adoro, mas é que tanta coisa na cabeça, que realmente não tem dado.

Na última quarta-feira completei 22 semanas de gravidez e foi dia também de fazer o ultrassom morfológico. Fizemos com a mesma médica da translucência, que trabalha com minha obstetra e é super querida, atenciosa e detalhista.

A começar pelo pedido do exame que eu, cabeça de vento, esqueci. A clínica pediu que eu mandasse por e-mail, mas a solução mais rápida foi pedir pra ela, que já estava ali, em vez de ligar pra minha médica, esperar que ela pudesse enviar, enfim.

Não sei como é uma ultrassonografia morfológica de um bebê só, mas a de gêmeos demora, viu? Ficamos uma hora e meia na sala de ultrassom, vendo cada detalhe possível das nossas pequenas.

Enquanto a translucência nucal, entre 11 e 14 semanas, ajuda a detectar possíveis síndromes, a morfológica, entre 20 e 24 semanas, serve para verificar mal formações e problemas físicos.

É engraçado que, com dois fetos, a médica vai migrando de um pro outro aproveitando a melhor posição de cada um para ver o que precisa. Uma bebê virou de frente? Então vamos aproveitar pra marcar o nariz e a boca. A outra esticou a perna? Então vamos medir o osso. Ih, bem agora ela resolveu dobrar as pernas de novo. Mas tudo bem, porque abriu a mãozinha e pudemos contar os cinco dedos e falanges. O que é isso aqui no rosto dela? Ah, é o pé da irmã! Vamos aproveitar e contar os dedinhos também. E foi assim por uma hora e meia. 

Constatamos que elas estão sem qualquer alteração morfológica e voltamos pra casa felizes.  Enquanto o marido estava bem preocupado com a translucência, eu fiquei tensa com a ultra morfológica. Como tinha um tempo que não fazia ultra, foi me dando um nervoso de não saber como elas estavam. Mas fiquei muito feliz com a maravilhosa notícia que está tudo bem com elas! Que siga assim!

Além disso, algumas atualizações:
- Elas estão bem grandinhas. Uma tem 26,6cm e 498g e a outra 25,9 e 449cm. 
- Na ultra desta quarta também foi verificado o meu colo do útero, que, ufa!, está bem comprido. Zero risco de parto prematuro por enquanto! Esse é um outro fantasma que me assombra.
- Estou com uma anemia importante. Tentei regular somente com a alimentação, mas não foi possível e há cerca de 20 dias passei a tomar suplemento de ferro. São dois comprimidos gigantes duas vezes ao dia, que precisam ser ingeridos de barriga vazia e provocam um enjoo chatinho, além de deixar um gosto terrível de ferro na boca. Ainda não fiz exame para acompanhar a evolução da anemia, mas espero que tenha melhorado. Não vomito mais, mas ainda fico enjoada, o que é bem chato e faz com que eu não tenha muita disposição.
- Aos poucos as coisas do quartinho e do enxoval vão ficando prontas, mas ainda falta bastante coisa, o que faz com que, volta e meia, bata um desespero. Depois me acalmo, pensando que para tudo dá-se um jeito e que não preciso ter todos os itens daquelas listas gigantescas de enxoval. 

Essa semana tem ecocardiograma fetal e a quarta consulta com a obstetra. Voltarei - sem atraso - para contar como foram ambos.

terça-feira, 13 de junho de 2017

Meu primeiro Dia das Mães

For you

Ontem foi o meu primeiro Dia das Mães. Quer dizer, o primeiro com minha filhas na barriga. Ganhei presentes lindos do marido, parabéns de várias pessoas e fiquei muito feliz. Decidi até exibir a gravidez no Facebook, coisa que não é do meu feitio, postando uma foto de nós quatro e da barriguinha despontando. Recebi uma avalanche de comentários carinhosos e de vibrações positivas que me deixou ainda mais feliz.

Só que, no fundo, eu só pensava nas mulheres que, nessa data, não veem motivos para comemorar. Seja porque estão tentando engravidar e não conseguem, por já terem feito uma ou mais tentativas de FIV, por terem perdido seus filhos no começo ou no fim da gravidez, ou quando eles já eram maiores, por serem refugiadas e terem precisado deixar o filho para buscar sobrevivência em outra terra ou ainda por não terem mais suas mães por perto.

Porque ontem umas dessas mulheres era eu. E eu nunca vou esquecer como sempre me senti desamparada - pela sociedade, amigos e até família - nesse dia. Como nunca me identifiquei com as propagandas, que me faziam chorar pelos motivos errados. Como quando, ao receber uma rosa no trabalho ou um bombom no salão de beleza no segundo domingo de maio, eu me sentia um fracasso de mulher. Não que nos demais dias do ano me sentisse de outra forma, mas o Dia das Mães intensificava a angústia.

Hoje eu tenho o privilégio de estar grávida e à espera das minhas filhas. Mas sempre vou me solidarizar com as mulheres que ainda não conseguiram realizar o sonho de ser mãe. Desejo que tenham força para encarar a jornada e serenidade para lidar com as difíceis decisões impostas por esse processo. Estamos juntas.

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Mais um post escrito no metrô há quase um mês e não publicado na data correta. 

sábado, 10 de junho de 2017

17 semanas e a terceira consulta com a obstetra

Hoje estou com 20 semanas. Mas comecei a escrever esse post com 17, logo após a terceira consulta com a obstetra. E resolvi publicá-lo mesmo atrasado.

Abandonei o blog. Queria estar registrando tudo, mas simplesmente não estou conseguindo. Na quarta-feira completei 18 semanas de gestação. E na véspera tive a terceira consulta com a obstetra - nem consegui escrever sobre a segunda. Atualizações sobre meus sintomas, que passei também pra médica:

- O enjoo melhorou, muito, mas ainda não me abandonou por completo. Continuo tomando Vonau uma vez ao dia e, quando não tomo (fiz isso para testar), vomito. Mas não se compara a como eu me sentia no começo - doente e indisposta 24h por dia.

- Tive cãibras que me acordam à noite berrando de dor com a panturrilha travada. Acordo o marido, que faz massagem. É um sintoma bem comum, segundo a médica. Existem alguns alimentos que podem ajudar, como o damasco (além da banana, que já é mais sabido) mas não tem muito o que fazer.

- Meu apetite e minha alimentação melhoraram demais. Estou conseguindo comer alimentos saudáveis. Por recomendação da obstetra, fui a uma nutricionista, que me passou várias dicas. Engordei 3,6 quilos desde o início da gravidez e tanto a nutri quanto a GO disseram que estou com crédito.

- Conforme o enjoo foi melhorando, a azia foi piorando. Nunca fui de ter azia na vida e, vou te contar, que coisa mais desagradável. A nutri deu a dica de não tomar líquido na refeição e, há uma semana, a azia aliviou demais desde que botei isso em prática. Um ou outro alimento ainda dá queimação (tempero com alho, por exemplo), mas realmente não beber na refeição ajuda demais. O ideal é ingerir líquido meia hora antes e uma hora depois, o que tem sido ruim pra mim porque fico com medo de tomar algo e sentir azia, então acho que tô tomando menos água.

- O sono é outro mal que me aflige. Cedo já estou fechando o olho, não consigo ler duas páginas de um livro que durmo e até no cinema peguei no sono, o que nunca acontecia comigo.

Agora vamos às boas e melhores notícias:

- As gêmeas estão ótimas. Crescendo e se desenvolvendo bem. Inclusive bem grandinhas. Uma com 241g e 18cm e outra 217g e 16cm. Segundo a médica, esqueceram de avisá-las que são gêmeas, o que pode significar que terei uma barriga gigantesca nível Beyoncé.

- Está tudo bem comigo também. Pressão boa, colo comprido, nenhum fator de risco na gestação, que era algo que temia tanto. Posso continuar pegando ônibus e metrô, posso carregar sacolas (não muito pesadas, claro), subir escadas também (não 200 andares) e fazer atividade física. Comecei hidroginástica, mas estou na dúvida se mudo pro pilates agora que está meio friozinho.

terça-feira, 18 de abril de 2017

Translucência nucal: um marco do primeiro trimestre (e um palpite forte sobre o sexo)

Ultrasound of a pregnant woman

Maior alegria de uma mulher grávida é dia de fazer ultrassonografia. Não sei se para todas é assim, mas, se eu pudesse, faria diariamente semanalmente. Depois de tantos anos de perrengue e dificuldade para engravidar, o que mais quero é ver meus bebês e me certificar de que está tudo bem com eles. Como contei aqui antes de abandonar o blog, tivemos a primeira consulta com a obstetra no dia 10 de março, quando estava com sete semanas. Lá, ela já me deixou o pedido para a próxima ultra que precisaria fazer, a da translucência nucal (TN), dali a um mês. Como ela já é escolada em matéria de grávida, me passou também um outro pedido caso eu "não aguentasse" esperar a TN.

Eu, que não quero ser neurótica, disse para marido que nem ia fazer essa ultra antes da TN, que ia conseguir esperar e não cairia na paranoia. Mas aí foi se aproximando a data, me dando aquela saudade de ver meus babies, a angústia de verificar se estavam crescendo, o medo de estarem sendo prejudicados pelos meus fortes enjoos, as pessoas ao redor falando para eu marcar a ultra. Então na véspera, liguei para a maternidade, achando que não conseguiria horário e, para minha sorte, tinha havido uma desistência e consegui agendar para o dia seguinte, sexta, 24/3.

Como foi no meio da tarde, marido não pôde ir, mas minha mãe me acompanhou. E que decisão mais sensata foi fazer essa ultra, gente. Qualquer preocupação com neurose ou paranoia me abandonaram quando vi meus bebês se mexendo, já com umas carinhas bem mais crescidinhas, tão, tão lindinhos.

O embrião 1 passou de 1,1 cm na 7ª semana para 2,87 cm na 9ª semana

O embrião 2, que tinha 1,5 cm na 7ª semana, estava com 3,22 cm na 9ª semana
Eles quase dobraram de tamanho da 7ª para a 9ª semana e, mais impressionante de tudo, super se mexeram, o que foi muito emocionante de ver pela primeira vez. Escutamos também os coraçõezinhos e saí de lá muito satisfeita de ter marcado o exame, me achando zero neurótica.

Passados 18 dias, finalmente chegou o dia de fazer o exame da translucência nucal. Diz aí Baby Center:

Translucência nucal é uma medida tirada no ultrassom morfológico do primeiro trimestre, um exame de rotina. Seu principal objetivo é ajudar a detectar o risco de síndrome de Down e outras anomalias cromossômicas, além de problemas cardíacos. 

O objetivo principal da translucência nucal é medir um espaço específico na nuca do bebê, entre 11 e 14 semanas de gravidez. A partir de 14 semanas, não dá mais para fazer o exame, porque o espaço deixa de ser transparente na imagem do ultrassom.

Bebês que tenham alguma anomalia tendem a acumular mais líquido nessa região da nuca, por isso uma medida acima da média normal é considerada um possível indicador de algum problema. Durante o mesmo exame, também se verifica a presença do osso nasal. A ausência desse osso pode ser mais um indicador de anormalidade.

Ainda será cedo para detectar com certeza o sexo do bebê só pela imagem, embora ultrassonografistas experientes arrisquem dar um palpite, com precisão máxima de 80%.

Por todas as razões acima, estava muito ansiosa pela realização desse exame, que havia sido agendado com mais de um mês de antecedência em função da agenda da médica. Ela faz parte da equipe da minha obstetra e eu já a havia conhecido rapidamente no consultório. Não poderia ter ficado mais feliz com a escolha da médica para a realização desse exame. Muito atenciosa e doce, explicou tudo tim-tim por tim-tim: cada medida que ia fazendo, cada marcador identificado, cada pontinho que ia aparecendo na tela. O exame durou uma hora e meia, marido nervoso porque não acabava e, depois ele me disse, com medo que aparecesse algo negativo.

Mas não apareceu. Está tudo perfeito com nossos bebês. São três marcadores principais identificados durante a ultrassonografia (que aliás já foi feita quase toda por cima da barriga!):


  • Translucência nucal: é uma espécie de transparência na nuca cuja medida acima de um determinado número pode ser indicativo de algumas síndromes. No nosso caso, o espaço transparente estava com 1,2mm em ambos os fetos, o que é considerado adequado.
  • Osso nasal: a médica logo identificou a presença do osso nasal. A ausência deste osso é que pode levar a preocupações sobre síndromes.
  • Doppler do ducto venoso: esse foi o mais difícil de identificar, pois os bebês estavam em posições não muito favoráveis, se mexendo muito (💕). Esse ducto é um vaso super pequeninho cujo fluxo sanguíneo precisa ser medido. Mas a médica conseguiu fazer a medição e está tudo dentro dos padrões esperados.
Além disso, foi possível visualizar vários aspectos da anatomia fetal, como mãos, pés, falanges dos dedos, bexiga (já com xixi!), rins, estômago, cérebro (já todo perfeito divididinho, impressionante). Tudo me impressionou e me apaixonou, especialmente ver os bebês se mexendo. Que coisa mais encantadora que é isso. Abriram e fecharam as mãos, cruzaram as pernas, colocaram as mãozinhas no rosto, viraram de costas, de frente, de lado. Muito, muito lindo e emocionante de ver.

O feto 1 está com 6,42 cm!


O feto 2 está com 6,9 cm!
Até que a médica nos perguntou se iríamos querer saber o sexo ou seria surpresa (aparentemente mais e mais casais estão optando por não saber, o que acho bem legal, mas não tenho coragem, hihi). E aí ela deu o primeiro palpite.


E depois o segundo palpite...


Duas meninas! Duas meninas! Que alegria. Sabemos que ainda não é 100% certo, mas já estamos comemorando. Se depois outra coisa se confirmar mais pra frente, tudo bem também, porque o mais importante é que nossos bebês estão saudáveis e tudo está correndo bem. 

sábado, 15 de abril de 2017

12 semanas e três dias

Um mês inteirinho sem escrever no blog. Toda vez que pensava em abrir o computador ou até mesmo em escrever no bloco de notas do celular, o mal-estar me impedia e eu preferia ficar deitada descansando. Na última quarta-feira, dia 12/4, completei 12 semanas de gestação. Pensei em recapitular semana a semana como foram meus sintomas, mas acho que nem vale a pena, porque basicamente se resumem a muito enjoo, vômitos e mal-estar.

Começaram por volta da 5ª semana. Vômitos ao menos duas vezes ao dia - alguns dias chegaram a cinco vezes - muita sensação de mal-estar e indisposição. Não tinha vontade de fazer nada, absolutamente nada, até para ficar deitada vendo televisão me sentia indisposta. Parecia que estava doente. Algumas vezes chorei por não aguentar mais estar me sentindo tão mal. Queria estar radiante, sorridente, animada, já pensando em arrumar coisinhas, pesquisando pela internet o que comprar etc. Mas a verdade é que não consegui.

Fiquei intolerante a cheiros. O cheiro da minha roupa lavada me enjoa (o que sempre adorei), o desodorante do meu marido me desespera, é impossível abrir a geladeira sem ter ânsia de vômitos - das poucas vezes que me forcei tive que correr para o banheiro -, não suporto ficar perto de coisas de papel (especialmente caixas de papelão, embalagem de papel de pão), acho horrível o aroma da comida sendo preparada pelos vizinhos (o que costumo sempre achar bom e melhor do que o da minha própria casa), tive que trocar de sabonete por um com menos perfume e também parei de usar qualquer tipo de perfume - o que para mim sempre foi equivalente a sair de casa pelada.

Perdi o ânimo de me arrumar, passar maquiagem, lavar e arrumar meu cabelo (os cremes que uso, geralmente tão cheirosos, também passaram a ficar difíceis de tolerar), até brinco eu parei de colocar (mais uma equivalência a sair sem roupa).

Tive a sorte de ficar de férias praticamente da 5ª à 10ª semana, quando, enfim, foi preciso voltar a trabalhar. Retornaria numa segunda e, já na terça, teria uma viagem a trabalho de três dias para a qual estava me sentindo super insegura. Não queria ir. Então decidi ligar na semana anterior e contar para minha chefe (que sabia por alto que eu fazia tratamento): ela não só foi muito compreensiva e carinhosa, como disse para eu não viajar e ainda ficar de casa na primeira semana. Ela diria à equipe que eu tinha feito um procedimento e precisava ficar de repouso. Assim foi feito e foi ótimo, pois passei bastante mal a semana toda, vomitando cerca de três vezes por dia.

Na semana seguinte eu voltei a trabalhar fisicamente, mas chegando um pouco mais tarde (devido ao enjoo matinal) e saindo, quando dava, um pouco mais cedo pra evitar o trânsito. No trabalho sobrevivi comendo tic-tac o dia inteiro e me alimentando a cada duas horas. Aliás, estar sempre com uma bala na boca alivia minha náusea, o que possivelmente vai me custar uma cárie, porque nunca comi tanta bala na vida. Curiosamente, não vomitei nenhuma vez lá, nem na rua ou no transporte (ainda bem!), mas cheguei em casa vomitando vários dias.

Como meu enjoo é tão forte, acho que acabou ofuscando os demais sintomas. Meus seios não estão doloridos e nem inchados, apenas coçam bastante. E já acho que estou barrigudinha, mas as pessoas no transporte público ainda não, pois ninguém me cedeu o lugar, por mais carinho que eu faça na barriga para chamar atenção.

Agora que completei 12 semanas, a indisposição e o mal-estar estão começando a melhorar. O enjoo e os vômitos continuam, mas ontem consegui até ir ao shopping comprar umas coisinhas para a casa nova. Ah sim, durante as férias nos mudamos também para um apê maiorzinho - daí minha intolerância ao cheiro de caixa de papelão, imagino - e eu não tinha conseguido arrumar nadinha...

Estou torcendo muito muito muito para que comigo aconteça como com a maioria das mulheres cujos enjoos desaparecem após as 12 semanas. Tenho medo verdadeiro de me enquadrar na minoria que passa a gravidez inteira enjoada. Mas acho que estou conseguindo melhorar. Só de ter conseguido sentar e escrever no computador já fico mais feliz.

Mas o mais importante de tudo é que os bebês estão se desenvolvendo bem, crescendo direitinho e lindinhos conforme o esperado. O próximo post será sobre o exame da translucência nucal.


terça-feira, 14 de março de 2017

A primeira consulta com a obstetra

Pregnant Woman

Chegou na última sexta-feira o dia pelo qual estava tão ansiosa: a primeira consulta com a obstetra. Marido e eu de férias, chegamos com tranquilidade e sem correria ao consultório. Esperamos cerca de 15 minutos e a médica, quando nos chamou, se desculpou pelo atraso e disse que não é de praxe. Já gostei dela! Ao longo da consulta isso foi apenas se confirmando.

Contamos nossa história nos últimos quatro anos e ela foi nos fazendo perguntas: primeiro para mim e depois para o marido. Como a clínica já havia me passado os pedidos de exame de sangue, levei todos os resultados que havia colhido no início da semana, o que agilizou bastante. Todos os meus exames estão bons e dentro do esperado para a fase atual de gravidez (sete semanas). 

A médica explicou um pouco como funciona o pré-natal para uma gestação gemelar. Nos veremos mensalmente até a 27ª semana e, a partir da 28ª, as consultas passarão a ser quinzenais. Quando é só um bebê, as consultas tornam-se quinzenais a partir da 34ª ou 36ª semana, se não me engano. Algumas dessas consultas serão apenas com a enfermeira obstetra da equipe. Como são dois bebês, precisamos acompanhar bem de perto e monitorar riscos como pré-eclâmpsia e diabetes. 

Ela também disse que meus enjoos são normais e um bom prognóstico. E me tranquilizou ao dizer que, nessa fase, minhas trocas com os bebês ainda são muito pequenas, por isso não é grave que eu esteja me alimentando só de junk food e biscoito água e sal. Mas recomendou que eu procure uma nutricionista. Disse também que é bom eu estar de férias, pois assim posso fazer repouso, o que melhora o enjôo.

Sobre parto falamos apenas muito rapidamente. Mas um dos motivos para eu ter procurado essa médica especificamente foi saber que ela é pró parto normal. Ela confirmou o que já sabíamos: que parto normal de gêmeos é um pouco mais difícil, mas está longe de ser impossível e que podemos, sim, pensar nisso. Mesmo que não seja possível na hora H, fico satisfeita de estar sendo acompanhada por uma médica que vai tentar fazer com que o parto seja normal. O esquema de trabalho dela é bem interessante: uma equipe de sete obstetras que atuam juntas e coordenam as datas de suas pacientes, o que permite que verdadeiramente possam realizar o parto normal - caso alguma das médicas tenha um imprevisto ou uma complicação em outro parto, alguém da equipe poderá substitui-la. Inclusive conheci uma outra médica da equipe no dia da consulta e gostei muito dela também. 

Fui examinada e fisicamente está tudo bem também, minha pressão está baixa. E o melhor de tudo é que ela fez uma ultra e pudemos escutar de novo os batimentos dos corações dos nossos bebês e saber que eles estão bem crescidos. Em uma semana, saltaram de 7 mm para 1,5 cm e de 6 mm para 1,1 cm. Impressionante como a evolução é rápida. <3

A próxima ultra que preciso fazer é a da translucência nucal - aquela que mede o tamanho da nuca do bebê entre 11 e 14 semanas e detecta a presença do osso nasal, ajudando a identificar possíveis síndromes. Já está marcada para o dia 11 de abril (o plano cobre, ufa!), quando estarei com 12 semanas. Mas a médica deixou um outro pedido de ultrassom para o caso de não aguentarmos esperar até lá para ver se está tudo bem com nossos babies. Vou tentar me segurar, mas é bom ter esse pedido na manga também. 

Saímos da consulta bem seguros com a escolha de nossa médica. 

terça-feira, 7 de março de 2017

Enjoo, muito enjoo

As cólicas assustadoras já não dão mais as caras. Foram só três dias para me deixar bem apavorada, e depois se foram, dando lugar a um enjoo perene, que dura 24 horas por dia e não me abandona.

Estou me esforçando bastante para não reclamar, porque estar grávida é tudo que eu mais desejei, mas não está sendo fácil. Porque não é um enjoo matinal, sobre o qual a gente sempre escuta falar, é mesmo um enjoo que dura o dia inteirinho. E estou vomitando também. Desde ontem, duas vezes ao dia, além de eu passar diversos momentos me segurando, respirando fundo.

Com isso, como já comentei, minha alimentação está bem horrível. Mal estou conseguindo beber água - me enjoa demais - e não estou conseguindo fugir da Coca-Cola - que pra mim sempre foi remédio para enjoo/ressaca. Mas até a Coca, que me aliviava um pouco, está começando a me enjoar. Sinto vontade de comer apenas coisas salgadas e gordurosas tais como nugget do Mc Donald's (juro!), lasanha, harumaki de camarão, pizza, massa e empadões. E não consigo comer grandes quantidades, o que até que tem seu lado bom.

Comecei tomando Dramin B6, que não adiantou nada, mudei pro Plasil, que não fez nenhum efeito e há três dias estou no Vonau (#aloconfeiteira!), que traz um pouco mais de alívio, mas não faz nenhuma mágica. É um comprimido que deve ser dissolvido na ponta da língua e tem um gosto bastante horroroso, que muitas vezes só piora minha náusea.

Hoje, que foi um dia especialmente ruim, já fiquei achando que poderia estar com a tal da hiperêmese gravídica, o problema que acometeu a princesa Kate, mas meu irmão e minha prima, que são médicos, me convenceram que não tenho.

"A ocorrência de náuseas e vômitos ocasionais até cerca de 14 semanas de gestação é chamada emese gravídica, e pode ser considerada normal. Sua forma grave, a hiperêmese, ocorre em 0,3 a 2% das gestações, com vômitos persistentes que obrigam ao jejum forçado e levam à perda de peso. A maior parte das pacientes apresenta melhora a partir da segunda metade da gestação, mas em alguns casos o quadro clínico pode persistir até o parto.

DIAGNÓSTICO DA HIPERÊMESE

  • Vômitos incoercíveis antes de 20 semanas de gravidez.
  • Perda de peso corporal (4% a 10%).
  • Sinais de desidratação grave.
  • Distúrbios hidroeletrolíticos.
  • Cetose.
  • Cetonúria.
  • Alterações laboratoriais"

O que pareço ter mesmo são dois bebês se desenvolvendo bem e fazendo minhas taxas de progesterona irem nas alturas - aliado ao fato de eu ainda estar tomando complemento de progesterona três vezes ao dia!

Agradeço a sorte de estar de férias. Não consigo vislumbrar como seria trabalhar nessas condições. Não estou com vontade de fazer nada, quando vou à rua logo me sinto mal, fico com vontade somente de ficar deitada, durmo de tarde... Mas vai melhorar, eu sei que vai melhorar. Preciso apenas ter um pouco de paciência porque tudo isso vale muito a pena.