São três anos e meio de tentativas. Em 46 ciclos tive a oportunidade de consultar diversos médicos e especialistas - de reprodução humana e outras áreas.
Ginecologista
Comecei a me tratar com essa ginecologista em 2009, quando ainda namorava meu marido. Foi com acompanhamento dela que iniciei as tentativas naturais para engravidar, que comecei a tomar o Dostinex pra controlar a prolactina alta (que eu já sabia que tinha desde 2008) e que fui apresentada ao universo das ultras seriadas e do Clomid. Como o positivo não veio, ela nos encaminhou para um especialista em reprodução. Até então nosso diagnóstico era de infertilidade sem causa aparente: tudo normal com ele, comigo somente a prolactina alterada, mas rapidamente controlada com o remédio. Ela não é mais minha médica, mas isso é assunto pra outro post.
Especialista clínica 1
Em junho de 2014 nos consultamos com a especialista em reprodução de uma clínica famosinha. A ginecologista indicou uma mulher, pois achou que seria melhor pro relacionamento. A médica de cara chegou dizendo que meu útero era invertido! Coisa que a gineco não tinha visto em um ano e meio de acompanhamento. Achei muito estranho esse diagnóstico. Além disso, marido cismou e antipatizou com a moça. Resolvemos, então, procurar o segundo médico especialista em reprodução que nos havia sido indicado.
Especialista clínica 2
Simpatizamos com esse novo médico. Bem calmo e ponderado, disse que meu útero não era invertido. A primeira consulta com ele foi também em junho de 2014, quando decidimos que faríamos a FIV na clínica dele. O marido ia iniciar um tratamento de saúde, então congelou os espermatozoides. E, em fevereiro de 2015, retornamos para dar início ao tratamento para a FIV. Foi quando o médico pediu vários exames importantes, entre eles o anti-mulleriano, cujo resultado (0.99) indicou uma baixa reserva ovariana e uma possível falência ovariana/menopausa precoce. E então nosso diagnóstico mudou, o que confesso ter trazido alívio, porque é melhor você saber o que causa o problema do que simplesmente não ter uma resposta. Com esse resultado em mãos, começamos a medicação para a estimulação. Na nossa primeira FIV, em março de 2015, implantamos um embrião. Em função da baixa reserva, não tivemos embriões excedentes. No segundo ciclo de FIV, em abril de 2015, conseguimos um embrião, que foi congelado. O objetivo era acumular embriões para o implante. O terceiro ciclo de FIV precisou ser interrompido porque nenhum folículo cresceu. No quarto, conseguimos mais dois embriões, que foi também congelado. Então, em agosto de 2015, fizemos a transferência (TEC) de três embriões congelados. Mas também não deu certo. E aí começamos a questionar o atendimento da clínica. Embora gostássemos muito do médico, ficamos com a sensação de que ele seguiu muito o protocolo, de que não houve um atendimento tão personalizado pras nossas questões. Quando peguei o segundo negativo, recebi um torpedo da psicóloga da clínica e depois ninguém nunca mais nos procurou. Foi quando resolvemos procurar outro médico.
Especialista 2 clínica 1
Na verdade, esse especialista em reprodução também é da clínica 1, a mesma da primeira médica a que nós fomos. Mas dessa vez, em novembro de 2015, resolvemos procurar o dono da clínica famosinha. E foi um pouco estranho porque, como ele já tinha nosso histórico no sistema, achou que já tivesse nos atendido. Mas na verdade não, quem nos atendeu foi a médica da equipe dele. Só que ele falava como se lembrasse, como se soubesse, que é o que deve fazer com a maioria dos pacientes. Ele pediu alguns exames, como o cariótipo, e quando fui mandar o resultado por e-mail, impliquei seriamente com o fato de ele usar uma fotinho na assinatura de e-mail. É besteira, eu sei, mas não tenho paciência pra gente muito vaidosa.
Especialista clínica 3
Enquanto os resultados dos exames ficavam prontos (o cariótipo demora pra caramba), a secretária de um outro médico especialista em reprodução humana me ligou pra dizer que tinha uma vaga pra dali a poucas dias, em dezembro do ano passado. Nós resolvemos ir para, então, decidir com qual dos dois seguiríamos. Esse médico foi super simpático, atencioso, amoroso e carinhoso, coisa que nenhum dos três anteriores havia sido. Depois de três FIVs negativas, o médico que nos transmitiu esses sentimentos ganhou e foi com ele que decidimos seguir pra quarta FIV. Só que também não deu certo e as várias coisas que questionamos durante o tratamento (atraso nas consultas; centralização - eu não tinha contato de nenhum enfermeira ou assistente, tudo era direto com o médico que, claro, nunca lembrava de mim, da minha história, de nada, embora sempre respondesse rápido; médicas frias na hora da ultra; clínica sempre lotada) nos fizeram não querer dar continuidade ao tratamento com ele. Questionamos muito também o fato de ele ter optado por implantar um embrião D2 com somente duas células em uma mulher com histórico de falhas na implantação como eu. Em algumas ocasiões nos perguntamos se havíamos feito a coisa certa ao deixar a clínica onde fizemos as três FIVs e que já tinha todo nosso histórico...
Especialista clínica 4 (São Paulo)
E então surgiu a indicação do médico especialista em reprodução de São Paulo, sócio da que seria umas das melhores clínicas da América Latina. Me atendeu super bem pelo telefone, foi muito simpático e atencioso na consulta (como já contei aqui) e nos apresentou algumas novas possibilidades, que nos deixaram animados. Mas o contato com ele desde então tem sido um pouco complicado. Estou tentando não me estressar com isso, mas a verdade é que morro de ansiedade. Ele quase não responde whatsapp, a secretária dele parece sempre esquecer de mim, meu e-mail de terça-feira ele só respondeu no sábado e o de domingo ele não respondeu até agora. Quero crer que, quando começar pra valer, isso vai melhorar. Mas é claro que dá medo de ele não conseguir dar a atenção necessária à distância.
Endocrinologista
Desde que descobri a prolactina alta, em 2007, me consulto mais ou menos regularmente com uma endocrino. Cheguei a ir a uma endocrinologista especialista em fertilidade, mas como ela não descobriu nada do que já não se sabia, acabei voltando pra outra. Deveria fazer esse acompanhamento mais de perto do que faço, reconheço. Mas acho que é bastante importante uma mulher que está há algum tempo tentando engravidar procurar um endocrinologista, já que gravidez tem tudo a ver com hormônios. A minha me ajudou a descobrir que estava com a vitamina D baixíssima, e receitou suplementação.
Acupunturista
Nunca nos meus 30 anos de vida eu tinha feito acupuntura por motivos de: ser uma pessoa
Psicoanalista
Comecei há menos de um mês o que já deveria ter feito há bastante tempo. Mas antes tarde do que nunca. Estou achando bom ter algum suporte psicológico enquanto me preparo para a quinta FIV.
A conclusão a que chego é: não existe médico perfeito. Sempre vai ter algum defeito, alguma coisa que incomoda, um comentário que chateia, um protocolo do qual você discorda. Mas é muito importante buscar sentir confiança e segurança. Às vezes me acho louca de já ter ido a tantos médicos especialistas em reprodução na vida, mas, por outro lado, há mal em querer ouvir outras opiniões?
E vocês? Consultaram/consultam algum outro especialista?
Eu conheci diversos médicos do Rio antes de escolher a minha GO amada. Conheci, inclusive, vários humanizados, vários que aparecem no Boas Vindas fazendo parto normal (com intervenções).
ResponderExcluirAcho que mais do que a questão do gostar ou não gostar, que é subjetivo, acho que, de um modo geral, falta ainda aos médicos um treinamento efetivo em enxergar o paciente de verdade. Claro que os médicos muitas vezes se esforçam e a gente nota isso. Mérito deles. Mas acho que clínicas especializadas em reprodução humana assistida deveriam ter um esquemão de profissionais periféricos que, pelos relatos que vejo, deixam a desejar. Me pergunto se isso não é uma coisa típica da setorização do corpo humano da medicina tradicional ocidental. Enfim, me alonguei.
Torcendo aqui para que chegue ao fim essa sua busca por profissionais deste tipo.
BJS
Também torço para que minha busca chegue ao fim. E acho que, além dos aspectos que você mencionou, o nosso sistema de saúde tá todo errado também, o que contribui. Não há FIV no serviço público no Brasil (sou defensora do SUS, que fique claro, mas esse ponto é crítico) e os planos de saúde sequer cobrem o tratamento. O que é inclusive um pouco paradoxal: se todos os tratamentos são pagos (e caros!) não deveríamos ser ainda melhor atendidas? Enfim, também me alonguei. São muitas questões. Bjo!
ExcluirOi linda!! Eu ainda estou no início desta maratona, mas sabe um médico se tivesse dinheiro iria passar... o Julio Voget, aquele que faz videos e tira dúvidas pelo facebook, parece que o cara bom... sei lá... Assiste um dos videos dele, só adicionar ele como amigo, está na pagina dele... chama Julio Voget. Bjoss e Boa sorte
ResponderExcluirNão conheço, Andie, vou procurar coisas sobre ele, obrigada pela dica. Bjo!
ExcluirMenina do céu! Qtas consultas! Mas vale a pena correr atrás desse lindo sonho. Estou na torcida pra que este médico de SP atenda suaa necessidades dando lhe todo apoio necessário.
ResponderExcluirBju
Muita coisa, né Aninha? Obrigada pela torcida. Bjos
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOi Lili! É duro! Que você encontre forças pra seguir no seu sonho. Estamos juntas sim! Um beijo!
ExcluirAinda não consultei especialista em reprodução...porque não tem no convenio...mas já estou a caminho do quinto ginecologista e ainda não consegui ter confiança em nenhum...
ResponderExcluirBoa sorte!
Thais, espero que você não chegue a precisar de um. Mas é um absurdo que nenhum atenda pelo convênio... E também sofro com a questão da confiança, mas já aprendi que algumas coisas é preciso relevar. Não há médico que atenda a todos os nossos pré-requisitos. Bjs e obrigada!
ExcluirOi, eu tenho acompanhamento de vários profissionais: reumatologista,hematologista,psicólogo,ginecologista especialista em gravidez de alto risco e outro especialista em reprodução humana, endócrino, angiologista. Aff!!! Um montão...
ResponderExcluirVc costuma ter quantos folículos antrais antes de começar as induções?
Tb estou começando a escrever um blog sobre a minha fiv e a trombofilia, segue link:
http://fivamadurecimentodaalma.blogspot.com.br/?m=1
Beijos e rumo ao nosso positivo.
Olá! Bem-vinda à blogosfera. Vou acompanhar seu blog. Eu costumo ter 2 ou 3 do lado esquerdo e um pouco menos do lado direito, que é meu ovário mais envelhecido. Bjs!
ExcluirQuantos especialistas. Deve ser uma barra ficar indo de médico em médico. Eu na verdade não suporto consultórios e exames, sei que são necessários mas não suporto. E também encrenco com algumas coisas, quando cismo que não gostei de um médico nada me faz voltar nele.
ResponderExcluirbeijos
Eu também nunca curti, não, Jéssica. Mas hoje já nem me incomodo mais, de tantos médicos que já consultei e tantos exames que já fiz. Bjs
ExcluirJa passei por alguns médicos tbm..mas especialista em fertilidade mesmo é o que estou consultando agora.
ResponderExcluirSo sei que essa maratona é mto cansativa em todos os sentido$$$ ne rsrs
bjo
ô, bota can$$$ativa nisso!
ExcluirCaramba, seu início está sendo muito parecido com o meu! Prolactina alta, clomid e coito programado...
ResponderExcluirAdoro minha GO, mas as vezes ela demora um pouco pra responder também... Acho que é normal isso, né?!
Torcendo muito para que dê certo com o médico de SP!!!
Ai, não acho normal demorar a responder não, juro. Me incomoda bastante! Gostaria que os médicos (especialmente aqueles particulares cujas consultas são bem caras) não achassem normal demorar a responder ou até não responder. Quanto era sua prolactina? Vc toma algo pra controlá-la? Bjs e obrigada pela torcida de sempre :)
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