Já passaram-se seis dias desde a transferência e eu ainda não tinha conseguido/tido vontade de escrever. Mas agora estou aqui, não sem antes agradecer a todas pelo enorme carinho - a rede de solidariedade virtual é incrível e ainda me surpreende.
A transferência foi agendada para 11h45 do dia 2 de fevereiro, a última quinta-feira. Como sempre tem que ter um pouco de emoção, quando fui fazer o check-in do voo, que seria na quarta à noite, vi que o voo estava cancelado! E aí, faz o quê? Fica desnorteada por um tempo, mas decide ir pro aeroporto mesmo assim - chega lá e descobre que outros voos vão partir, o temporal havia melhorado em Congonhas, então vai rolar de remarcar e inclusive de antecipar. Mas, cadê que achavam nossas reservas? "Senhora, sua reserva não está no sistema." Embora estivesse no meu celular, não aparecia no balcão da companhia aérea. Nisso, marido, que estava preso num engarrafamento indo direto do trabalho pro aeroporto, chega e tenta resolver, enquanto eu ligo pro sistema de milhagens, fico esperando vários minutos e não sou atendida. Por fim, nossas reservas foram localizadas: o nome tava no lugar do sobrenome e vice-versa. Ufa!
Já estávamos preparados para ir direto pra rodoviária para pegarmos um ônibus - porque não podíamos arriscar um voo cancelado na manhã da transferência, mas acabou dando tudo certo. Chegamos em SP na última ponte e fomos direto pro hostel, onde ficamos num quarto privativo bem tranquilo. A principal vantagem: colado na clínica, tipo a dez passos de distância.
Na quinta-feira acordamos cedo e inventei de ir fazer a unha antes da transferência e marido me acompanhou num salão de beleza pela primeira vez em oito anos e meio. Tínhamos que chegar à clínica uma hora antes do horário agendado e lá estávamos nós, às 10h45, eu já enchendo o copo de água. Como tinha bebido uma garrafinha pequena de água (330ml), tomei mais um copo e uma água de coco de caixinha que me ofereceram na clínica - tudo isso para encher a bexiga e permitir que a transferência seja realizada por meio do ultrassom. A bexiga cheia serve de "guia" - como o útero fica embaixo dela, quando ela está cheia a visualização do útero fica bem melhor e o procedimento ocorre com precisão.
Como essa foi minha quarta transferência embrionária, aprendi que não precisa encher muito a bexiga, como já fiz anteriormente. Porque a bexiga muito cheia faz com que o procedimento seja mais incômodo. A enfermeira vai fazendo um ultrassom abdominal para guiar o médico e ela aperta a barriga para tal, então quando a bexiga tá muito cheia acaba doendo. Não é incomum que mulheres acabem fazendo xixi bem nessa hora!
Não demorou muito para sermos chamados quando chegamos à clínica. Logo subimos para o Centro Cirúrgico e lá coloquei a camisola, a touca de cabeça, os protetores de pé e ficamos esperando. Um tempinho depois a embriologista chegou para nos dar a notícia.
Na terça-feira, dia 31, soubemos que dos oito óvulos fertilizados, sete embriões se formaram, sendo 5 de melhor qualidade (com 6 a 8 células) e dois de menos qualidade (com 5 células).O Na quarta-feira, não tivemos mais notícias, porque, por ser um dia importante de desenvolvimento (D4 para D5), eles não avaliam os embriões. Então foi só na quinta que soubemos que, dos sete embriões, três tiveram seus desenvolvimentos bloqueados, dois chegaram ao estágio ideal de blastocisto expandido e dois chegaram a blastocisto, mas ainda não estavam no estágio ideal, então seriam deixados mais um dia para evoluir. Assim sendo, implantaríamos os dois blastocistos!
Fui andando para a sala do Centro Cirúrgico, acompanhada do marido, e nosso médico logo chegou. Não nos víamos pessoalmente desde setembro, data do nosso último procedimento em SP. Eu já estava deitada na cama (?) ginecológica. Ele fez a limpeza - ao contrário de outras transferências que fiz, a limpeza foi bem rápida e não envolveu água, o que achei mais cômodo. A limpeza é necessária por causa da progesterona vaginal que estou usando e atrapalha a visualização do colo do útero.
Eu nem percebi que, junto com a limpeza, o cateter já havia sido inserido. Pela janelinha (é a mesma coisa em toda as clínicas), a embriologista passou os embriões para o médico, que logo fez a inserção (é um cateter dentro do cateter, bem fininhos e indolores). Logo vimos os pontinhos de luz inseridos no meu útero - ele sinalizou ter colocado bem na parte mais espessa do meu endométrio. Foi tudo super, super rápido.
Quando acabou, o médico ficou falando várias coisas, mas eu não estava prestando atenção porque estava segurando o choro. Quando ele saiu, caí num pranto meio descontrolado. Não queria ter chorado, queria ter permanecido calma, otimista e feliz, mas simplesmente não consegui. Demorei um pouco até conseguir me acalmar.
Após o procedimento, eles pedem que a paciente fique 15 minutos de repouso, deitada, com as pernas dobradas. Como ainda não estava muito apertada para fazer xixi, fiquei quase 45 minutos deitada com a perna dobrada. Só então fomos embora, andei os 20 passos da clínica até o hostel, e fiquei deitada para o repouso de 24 horas solicitado pela clínica - foi a primeira vez que me passaram repouso após transferência.
Pedimos uma comida pelo iFood e saí do quarto até a cozinha do hostel para almoçar. Depois voltei e permaneci deitada pelas próximas 24 horas, levantando só para ir ao banheiro. Fiquei feliz de ter feito repouso, sempre fiquei nervosa de sair da transferência já levando vida normal - fui até liberada para trabalhar diretamente depois.
Ai que emoção. Acho que também irei chorar. Que bom que pode fazer o repouso direitinho =)
ResponderExcluirbeijos e estou muito na torcida!! toda sorte do mundo pra vc!!
Obrigada mesmo Andie!
Excluirhummmmm interessante, primeira vez que pediram 24h de repouso?
ResponderExcluirDeus abençoe!!! Que esses bebês fiquem aí e ponham sua vida de cabeça para baixo kkkkkkk Que tragam muita felicidade!!! Na torcida!!!
Obrigada querida mom! Foi a primeira vez, nas clínicas do Rio sempre disseram que era vida normal após a transferência.
ExcluirQuanta emoção, hein! Como sempre vc escreve lindamente...
ResponderExcluirVc no D7 e eu no D8. Todos os dias oro por nós duas. Tive mais um dia cansativo de trabalho temperado de alguns aborrecimentos. Queria que tudo parasse para acompanhar esse milagre em paz, mas o mundo é bem real e nossos filhos precisam ser guerreiros desde o ventre. Agarrar-se ao nosso ventre já é a 1 luta. Vamos seguir com fé. Mais um dia já se foi! Está chegando o dia da nossa vitória, Barriga!!! Bjk
Troquei, eu estou no D6 e vc no D7 rsrs
ExcluirFalta pouco para o tão temido dia do beta. Torcendo muuuuito por você! Bjs e obrigada pelo carinho.
Excluiraiii que seus pontinhos de luz venham pra iluminar a vida de vocês =)
ResponderExcluirsigo otimista e na torcida ♥
e poooor favoooor não demore a dar notícias!
Obrigada pela torcida carinhosa de sempre. Espero que possa vir logo com boas notícias!
ExcluirOi
ResponderExcluirEstou acompanhando sua ovorecepção. Tbm tenho falência ovariana. Aliás, faz 4 meses que a M não aparece. Tomei um regulador e nada. Vc poderia me mandar um email me contando como está sendo? Mais detalhes sobre a clínica. Estou torcendo pelo seu positivo
Meu email elianeverri@uol.com.br obrigada
Vou te escrever Eliane, bjs
ExcluirSe for pra ajudar, pode falar com Eliane sobre mim tb, Barriga, pois vc conhece minha caminhada... bj na Eliane tb
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOi, que emoção!!!Seus babys estão no forninho. Coisa mais linda. Rezo muito por vc! Na parte do texto que vc falou que estava segurando o choro eu fiquei com olhos cheios d'àgua, imaginei o que sentiu e fiquei muito tocada. Só de pensar emociono.
ResponderExcluirBeijos,
Ptt (Fiv-Amadurecimento da Alma)
http://fivamadurecimentodaalma.blogspot.com.br/?m=1
Obrigada mesmo, de coração. E como estão as coisas para você? Bjs
ExcluirContinuo na torcida.
ResponderExcluirFiquem com Deus!
Beijos,
Ptt (Fiv-Amadurecimento da Alma)
http://fivamadurecimentodaalma.blogspot.com.br/?m=1