Só que já começou diferente. O médico novo decidiu, nas palavras dele, que ia fazer "uma coisa bem legal". Como eu precisei adiar o início do tratamento por conta de uma viagem a trabalho, ele resolveu me receitar testosterona em gel.
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Testosterona em gel: deve ser encomendado em farmácia de manipulação |
Encontrei uma explicação mais científica nesse estudo que pode ser acessado nesse link, cuja conclusão transcrevo abaixo:
"O uso de androgênios em fases que antecedem a estimulação ovariana em ciclos de fertilização in vitro parece ser ótima ferramenta de melhoria da resposta à estimulação oocitária controlada em pacientes com mais de 38 anos ou com reserva ovariana diminuída. Melhora tanto a quantidade quanto a qualidade oocitária e aumenta as taxas de gestação e de nascido vivos."
O novo médico esclareceu também que não há inúmeros casos clínicos que comprovem a eficácia do uso de testosterona para mulheres com baixa reserva ovariana. Mas cada vez mais autores estão sugerindo que aumentar moderadamente o nível de testosterona pode contribuir positivamente para que o ovário produza mais folículos e de melhor qualidade.
Ótimo, não? Só não entendo porque nenhum dos dois médicos que me acompanharam anteriormente - antenados e frequentadores assíduos de congressos internacionais - sugeriram a testosterona.
O Google me diz que o "uso de testosterona transdérmica antes do ciclo de FIV parece aumentar a taxa de gravidez em 15% e a taxa de nascimento em 11%". Poxa, é porcentagem pra caramba para quem está tentando há tanto tempo!
Enfim, essas novas informações ajudam a me dar esperança, ao mesmo tempo que sei que não posso depositar todas as fichas nelas. A testosterona em gel precisa ser encomendada em farmácia de manipulação - a textura parece mais a de um creme hidratante do que de gel - e deve ser passada à noite na parte interna da coxa. Tem um cheirinho de desodorante que me enjoa, mas logo passa. Estou revezando as pernas desde a quarta-feira, 23/3, e devo continuar usando até segunda, 4/4, quando volto à clínica.
Torço para que meu caso clínico seja de sucesso para que eu possa contribuir com a literatura e, quem sabe, ajudar mais mulheres com baixa reserva ovariana.